Por que os esforços de mudança falham?

Há uma nova postura dentro das organizações, uma abertura para o novo que não víamos há tempos. Mas o que se vê inúmeras vezes é que tais esforços para a mudança falham miseravelmente. Por que?

24/02/2023

Mudança Cultural: Por que os esforços de mudança falham?

Eu não sei você, mas eu vivo fazendo planos e futurologia. Confesso que isso, às vezes, me enlouquece um pouco. Faltando poucas horas para o deadline e mil temas para este artigo vinham a minha mente. Pensei em escrever sobre ‘muito mais importante que saber seu lugar é saber qual não é’, pensei sobre os desafios de gestão dos quais eu gostaria de compartilhar e vejam só… me peguei fazendo planos, assim involuntariamente.

E se isso acontece comigo, não deve ser diferente com você. E lá vem aquele clichê: se vivemos só uma vez por que gastamos tanto tempo e energia planejando tanto? São centenas, milhares, zilhões de ideias que engavetamos e deixamos para depois.

O que nos impede de colocar em prática nossas ideias. Humildade ou soberba? Crença ou medo? Eu vejo uma nova postura dentro das organizações. Sim, há uma abertura para o novo que não víamos há tempos, mas o que eu presencio inúmeras vezes é que esses esforços para a mudança falham miseravelmente.

Muito tempo dei voltas, me questionado se isso acontecia pelo fato de as pessoas não estarem preparadas para tal mudança. Também me deparo constantemente com boas ideias e pessoas engessadas, inertes.

E aos poucos fui percebendo que Peter Drucker estava certo: “a cultura come a estratégia no café da manhã”. Isso quer dizer que a essência da empresa prevalece sobre qualquer tipo de planejamento ou tática.

A Cultura é a espinha dorsal de toda organização de sucesso. 

Uma definição de cultura de que gosto muito é que Shein usou em 2010:

“… padrão de valores básicos e pressuposições que são compartilhadas e aprendidas por um grupo ao resolver problemas de adaptação externa e integração interna”.

Cultura é algo que se desenvolve a partir dos vieses psicológicos daqueles que formam o grupo e conforme eles reagem aos problemas que encontram. Isso se aplica a todos os tipos de culturas – desde culturas nacionais a culturas organizacionais, até as culturas de uma determinada equipe dentro de uma empresa. A cultura torna-se habitual e inconsciente ao longo do tempo – antes que percebamos, a cultura governa muitas de nossas ações e interações de maneiras que pouco pensamos.

A cultura tem muitos benefícios – ela sistematiza comportamentos geralmente eficazes para que se tornem uma segunda natureza, transmite o conhecimento e a sabedoria das gerações anteriores, fornece diretrizes sobre como agir em determinadas situações, como interagir com outras pessoas, influencia o nosso jeito de planejar e buscar resultados. Mas a cultura também pode ter suas desvantagens – ela cria padrões habituais que podem ficar desatualizados e levar a ignorar atividades importantes ou ainda perder o timing das demandas. Também pode dificultar o encaixe das pessoas quando elas não têm as mesmas inclinações ou valores do grupo.

A mudança cultural pode ser bastante difícil porque nós seres humanos gostamos de hábito e rotina e, em geral, preferimos confiar no que é testado e comprovado (na nossa experiência de vida) ao invés de passar pelas dores temporárias da mudança, mesmo que isso nos beneficie a longo prazo.

Para que possamos diagnosticar, propor e gerir uma mudança cultural, precisamos olhar para as pessoas e também precisamos de um olhar explorativo e criativo.

Trabalhar com os três vieses instintivos do Eneagrama Consciência para Ação é uma maneira eficaz para criar uma mudança cultural sustentável para as equipes e organizações. Essa metodologia nos mostra quais são os valores fundamentais dos times e da organização, onde podemos estar exagerando, quais são os pontos cegos que provavelmente estão sendo negligenciados e onde estão os diamantes para serem lapidados.

Essa metodologia também nos ajuda a identificar mais assertivamente o Propósito dos times e organizações. Mas esse é um assunto para um próximo artigo 😉

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